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Tempo de Arraes

Capa Dura

R$ 77,99

Descrição

Reportagem sobre a “primavera pernambucana”, a mais avançada experiência em política social feita por um Estado brasileiro, durante o primeiro governo de Miguel Arraes, cassado pela ditadura militar.

Grande peça do jornalismo brasileiro, nela o escritor Antonio Callado retrata o período em que Pernambuco viveu um dos grandes momentos da história regional do Brasil, com seus personagens destacados como o educador Paulo Freire; o deputado Francisco Julião das ligas camponesas; o comunista Gregório Bezerra; e uma das mulheres mais notáveis do período, a líder camponesa Elizabeth Teixeira, que anos depois seria personagem do excelente documentário de Eduardo Coutinho, Cabra marcado para morrer.

O autor publicou suas matérias sobre a “primavera pernambucana” no Jornal do Brasil entre dezembro de 1963 e janeiro de 1964: quando elas saíram em livro, Tempo de Arraes: padres e comunistas na revolução sem violência, o governo Arraes já havia sido deposto pelo golpe de 1º de Abril de 64, o que levou Callado a escrever um contundente e corajoso prefácio para a edição realizada pela José Álvaro Editor, do Rio de Janeiro. Miguel Arraes foi preso e depois partiu para um longo exílio na Argélia, de onde escreveu um texto sobre a reportagem de seu efêmero governo feita pelo autor de Quarup, incluído com posfácio deste livro.

Espiando os fatos em perspectiva histórica e com a obrigação moral de estar do lado da justiça social, Antonio Callado, ao se chocar com exemplos aberrantes das iniquidades da região, produz momentos marcantes de grande literatura em sua narrativa jornalística: “Isto, boi vivo ao lado de gente que morre de fome, não havia nas cidades com peste da Idade Média”. Ou: “Para eles [os latifundiários], razão, como o banheiro, só na casa-grande”.

Ao longo dos anos 1950 e 1960, realizou três influentes coberturas sobre a situação do Nordeste brasileiro, marcado por profundas desigualdades sociais e pelas severas crises climáticas por conta das secas prolongadas. A primeira, em 1953, com reportagens publicadas no Correio da Manhã, resultou no livro A seca fria; a segunda cobertura, realizada em 1959 – de imensa repercussão quando as matérias foram publicadas também no Correio da Manhã – saiu no livro Os industriais da seca e os “galileus” de Pernambuco; e, completando a “trilogia do Nordeste”, este Tempo de Arraes, que figura entre os mais importantes trabalhos da jornalística de Antonio Callado. 

Além de Quarup, A madona de cedro e Bar Don Juan, entre outros, Antonio Callado é autor de um dos mais importantes romances políticos brasileiros, Reflexos do baile. Ele foi o único jornalista latino-americano a entrar no Vietnã do Norte durante a guerra no sudeste asiático, e esta cobertura está no livro Vietnã do Norte, publicado pela casa matinas. Sua jornalística inclui ainda O esqueleto na lagoa verde (Companhia das Letras), um clássico do jornalismo literário brasileiro. Callado era também dramaturgo e, das andanças pelo Nordeste, escreveu a peça Forró do Engenho Cananeia, em 1964.

AUTOR

ISBN

PÁGINAS

Antonio Callado

9786583744111

152

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