Descrição
Texto imprescindível sobre a ética e a independência da imprensa, escrito em 1920 por Rui Barbosa, ele mesmo diretor de redação e colaborador ativo dos periódicos do Império e da Primeira República.
Homem de notório interesse público, o advogado, tribuno, político e intelectual considerava-se sobretudo um jornalista, “a mais nobre das profissões”, como ele afirma neste A imprensa e o dever da verdade — uma das mais lidas e estudadas reflexões sobre a imprensa no Brasil. A época de Rui Barbosa são os anos em que os jornais passam a influenciar profundamente a vida das pessoas e, por isso, ele via no jornalismo não só uma fonte de informação, mas também um papel civilizatório.
As primeiras décadas da República no Brasil foram marcadas por inúmeros embates com e entre os jornais (veja o livro A imprensa na década republicana, de Carlos de Laet, também publicado pela casa matinas). Havia proibições e censuras, além de violência física contra jornalistas e empastelamentos de redações e oficinas dos periódicos. Não faltava também a suspeita de compra de jornais e jornalistas por quem estava no poder — confessada inclusive pelo ex-presidente da República, Campos Salles.
Este é um dos temas centrais de Rui Barbosa neste livro. “Um país de imprensa degenerada ou degenerescente é, portanto, um país cego e um país miasmado, um país de ideias falsas e sentimentos pervertidos, um país, que, explorado na sua consciência, não poderá lutar com os vícios, que lhe exploram as instituições”, diz ele. E complementa: “Não há, para qualquer sociedade, maior desgraça que a de uma imprensa deteriorada, servilizada ou mercantilizada”.
Escrita para ser lida em conferência em prol do Abrigo dos Filhos do Povo, de Salvador (BA), A imprensa e o dever da verdade é considerada — ao lado de Oração aos moços, outra conferência dele, da mesma época — uma das peças mais importantes do legado intelectual e moral deixado por Rui Barbosa.
AUTOR
ISBN
PÁGINAS
Rui Barbosa
9786583744203
89
